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Butoh: expressão e movimento

Luiz Paulo Arashiro (Giz Cultural) por Ronaldo Gutierrez. Exclusivo para Cartola Online

‘Butoh’ é o resultado, não artístico, mas muito mais filosófico, da confluência de duas culturas completamente opostas e nitidamente anacrônicas: a ocidental, que vinha sendo consubstanciado pelos idos da modernidade de uma ideologia americana dos anos 50; e pela oriental, extremamente embasada em séculos e séculos da mais pura tradição milenar japonesa.
Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno, os expoentes e criadores da arte Butoh, buscaram nas vanguardas europeias, como no expressionismo, no cubismo e no surrealimo, e nas danças japonesas, como Nô e Bugaku, a inspiração para a criação de suas artes.

Seguindo a estética de artes que tinham como proposta a subversão de convenções, caracteristicamente assumidas pelas vanguardas, o Butoh busca uma forma de expressão que não seja necessariamente coreografada, nem presa a movimentos estereotipados que remetam a uma técnica específica. O Butoh preocupa-se em expressar a individualidade do butoka, sem máscaras e véus de alegoria; expressar o que o ser humano tem de verdade em sua alma, em seu espírito, mesmo que para isso desvende o que pode haver de mais sórdido, solitário e trevas no interior do dançarino. E para que isso seja expresso, não cabe que o meio pela qual se dá a expressão seja preso à convenções que mascaram a verdade da alma humana. O que deve ser feito, segundo a filosofia Butoh, é libertar-se das formas do corpo e do pensamento.

 

 

Fotografia e styling – Ronaldo Gutierrez / Modelo – Luiz Paulo Arashiro / Beauty – Fernando Araujo / Produção – Giz Cultural 
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