Resistência, sabedoria e ancestralidade. Ainda que as palavras limitem a dimensão que a arte possa ter, é assim que reconhecemos o trabalho da potiguar Cecília Nóbrega. A natureza é bastante presente em suas obras e compõem uma viagem a saberes e símbolos culturais, em traços minuciosos com a aquarela.

Ainda na infância, o gosto pelas aulas de arte com a possibilidade de conhecer diferentes materiais para criação foi o pontapé para trilhar seu caminho. Mas sua motivação está em constante transformação: Cecília é apaixonada por processos de experimentação e exploração, contato com a natureza e a força feminina.

A artista, que também é designer e tatuadora, atua vibrantemente em Natal nas áreas de direção de arte e tatuagem, explorando sempre sua identidade em diferentes superfícies. Sua exposição para a Nuvem de Criativos reúne algumas obras feitas nos últimos anos sobre resistência, sabedoria ancestral e reconhecimento da importância de cada aspecto da vida. “Procuro sempre fazer o resgate à ancestralidade e ao reconhecimento de que todos nós fazemos parte de um todo. Somos natureza, vivemos os mesmos ciclos, aprendemos de geração em geração, dependemos do fornecimento da vida que é gerada da terra. Trago muito da natureza no meu trabalho, trazendo à tona esse tipo de discussão”, comenta.

A arte salva, e o amor cura. Para a potiguar, a pandemia se tornou um período de muito autoconhecimento: “Continuar produzindo durante a pandemia me ajuda a passar os dias de forma menos pesada em meio a tanto caos e sofrimento acontecendo. Mas para criar, preciso estar bem. Então, é um período de muito autoconhecimento e respeito às minhas limitações. Não é fácil criar em tempos de crise”, revela.

Arthur Anjos