A Economia Criativa como alternativa à crise
Em tempos de crise política e econômica no Brasil, um dos setores que têm conseguido se sobressair e buscado novas alternativas é a economia criativa – como a indústria cultural, moda, música e tecnologia. Criativos pensam fora da caixa e criam, ligando pontos do mercado, buscando soluções para questões existentes e criando relações de produção e consumo cada vez mais orgânicas.
‘Untitled21’, ‘da série ‘_//PATH’ por Mark Dorf. |
Visando melhor compreender essas novas questões do mercado, entramos em contato com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Desenvolvendo uma série de ações em prol da economia criativa, está presente por todo o Brasil e oferece desde assessoria a mapeamentos do que vem sendo produzido no país.
A entidade tem dado maior enfoque nesse setor há pelo menos 5 anos, fazendo com que iniciativas inovadoras das mais diversas áreas possam evoluir de forma efetiva e paralelas ao metiê dos negócios tradicionais. Para isso, só no Rio Grande do Norte conta com 10 unidades, acompanhando todos os movimentos dos negócios, oferecendo cursos, editais de fomento, disponibilizando cartilhas e dados gratuitamente e auxiliando na formalização de novos empreendedores.
O diretor técnico do SEBRAE RN, João Hélio Cavalcanti, afirma que esse novo modelo de economia veio fomentar novas potencialidades criativas. E acrescenta: “O dinheiro não é tudo. Primeiro: aqueles que têm se destacado se identificam com aquilo que estão desenvolvendo. Segundo: eles não focaram única e exclusivamente no retorno financeiro. Então os resultados obtidos, a lucratividade decorrente daquilo que ele desenvolve, foi natural. Na economia criativa, quem desenvolve o produto nem sempre está de olho na lucratividade. Muitos, inclusive, retiram um pró-labore e reinvestem no próprio negócio. Isso potencializa o que estão desenvolvendo. São muitos casos.” A economia criativa é baseada em uma nova maneira de pensar e fazer, cujos princípios são as qualidades individuais, vendo o capital intelectual, a cultura e a criatividade como suas matérias-primas.
Segundo dados da Pesquisa GEM 2016, a maioria desses novos empreendedores tem entre 18 e 34 anos. Indivíduos de uma geração influenciada principalmente pelos novos meios de comunicação, que decide empreender em algo que faça bastante sentido para a vida pessoal e não apenas pensar no retorno financeiro, como destaca Cavalcanti.
Em crise desde 2014, o Brasil enfrenta diversas instabilidades políticas e econômicas ao passo que o setor criativo tem buscado cada vez mais soluções inteligentes. Quem nunca ouviu histórias de pessoas que em meio às dificuldades começaram do nada, com ideias simples e criativas, e que hoje são exemplos de sucesso? É preciso pensar “fora da caixa”, ir além da crise e enxergar as oportunidades. Afinal, sempre existiram pessoas com competências necessárias para criar produtos da cadeia criativa, assim como pessoas que desejam usufruí-los. Essa é a principal sustentação da economia criativa.
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