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O padrão é amar-se

A nossa imagem refletida no espelho diz muito sobre quem somos. O tom da pele, o formato do rosto, as curvas do corpo, as cicatrizes e os fios de cabelo – brancos, pretos, lisos ou encaracolados. As combinações são muitas, e cada detalhe nos faz únicos. Não existe ninguém igual a ninguém. MARAVILHA!

texto Tallyson Moura

Aprender a ver beleza na diferença e a valorizar o que nos particulariza é, acima de tudo, libertador. Quando desistimos de seguir padrões para seguir quem somos, a insegurança dá lugar à confiança; do autoconhecimento, emerge a autoestima; as comparações cessam. Não é preciso ter a boca de Cauã Reymond, os olhos de Henri Castelli ou o abdome de Marlon Teixeira para arrasar. O amor próprio é a maneira como a gente se enxerga, como a gente se posiciona no mundo. Não é algo definitivo, é uma construção perene, uma conquista diária.

Ter um olhar amoroso sobre si tem muito a ver com a forma como acomodamos as frustrações, os planos que não saíram como queríamos. É sobre, mesmo considerando o entorno, aprender a não se sentir culpado por atender primeiro às suas necessidades, e não permitir, em hipótese alguma, ser maltratado, desvalorizado, desqualificado.

O amor próprio não é agressivo. É calmo, tranquilo, seguro, não fala muito. Muitas vezes, porém, ecoa como um protesto pelo direito de existir. Eu posso sim me amar com meu corpo fora dos padrões. O padrão, aliás, deveria ser – e no fundo é – amar-se.

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