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Talento e trabalho: Daniela Pereira

Retomando a série de entrevistas com designers de moda, a entrevistada da vez é a portuguesa Daniela Pereira

Formada em Design de Moda pela Escola de Moda do Porto, Daniela Pereira detém de um gosto peculiar pela moda masculina. A cada nova temporada apresenta coleções com grande valor nos detalhes frisando a qualidade e conforto, reinventando seu DNA com temas que criam curiosidade e fazem com que o olhar do público/consumidor vá além da roupa.

Foto: Ugo Camera / ModaLisboa

Sua última coleção, apresentada em outubro de 2018 no ModaLisboa, por exemplo, mergulha na parte que, para Daniela, é a mais importante da coleção: o tema. Intitulada de “Man Dies”, a coleção caminha entre desconstruções e camadas ao interpretar um dos artistas mais incompreendidos do mundo da arte, o americano Jean Michel Basquiat. Para Daniela, fazer moda é ir além da roupa.

Cartola Mag: Arte e movimentos sociais parecem ser uma de suas maiores inspirações, transformando-os numa linguagem de moda com um ar de arte. Há algum motivo em especial para a escolha dos temas?

Daniela Pereira: A escolha dos temas vai pelo que naquele momento da minha vida algo me preocupa ou o facto de querer explorar mais algum tema. Nos que consta a movimentos sociais é algo que neste momento na minha vida busco uma forma de mostrar o que está a acontecer, movimento que infelizmente aqui em Portugal não se conhece muito.

Fotos: Ugo Camera / ModaLisboa
CM: De Pina Bauch a Basquiat, seus últimos desfiles tiveram como inspiração grandes artistas contemporâneos. De que forma isso reforça o conceito de sua marca?
DP: A minha marca desde o início teve como grande influência a arte e artistas ou ícones. Desde o Basquiat até a Pina isso reforçou a marca pois foram artistas que tiveram uma forte marca no mundo e principalmente no meu mundo e na pessoa que sou hoje como designer. Estás personagens fazem com que as coleções sejam fortes e marcantes devido ao que eles representaram e foram.
CM: Se pudesse descrever o homem que veste suas roupas, como ele seria?

DP: O homem que veste a minha roupa é uma pessoa consciente do que é arte e principalmente moda. Uma homem que siga as mesmas ideologias da Marca e que tenha noção do que está por detrás da coleção. Mas principalmente é uma homem que não tem medo que arriscar e que tenha confiança e que não esteja envenenado pela masculinidade oxida que a sociedade projeta no homem actualmente.

Foto: reprodução / Portugal Fashion
CM: E por fim, Qual conselho você daria a si mesma quando começou?
DP: O concelho que daria seria que tenha calma, que não vai ser fácil e que me lembre sempre que a última opinião é a minha pois é o meu nome que está em jogo. Acredite sempre nas minhas decisões e mantenha a minha ideia e mais importante faça as coisas com tempo.
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